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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Muros

Sem cuidado, sem respeito nem pesar,
Ergueram à minha volta altos muros de pedra.

E agora aqui estou, em desespero, sem pensar
Noutra coisa: o infortúnio a mente me depreda.

E eu que tinha tanta coisa por fazer lá fora!
Quando os ergueram, mal notei os muros, esses.

Não ouvi voz de pedreiro, um ruído que fora.
Isolaram-me do mundo sem que eu percebesse.

Konstantinos Kafávis – 1911
Tradução de José Paulo Paes

2 comentários:

Domingos Barroso disse...

E os muros continuam erguendo-se
sempre silenciosamente.
Mas somos leves e nos assopramos.
Abraços, meu camarada.
(esse poeta delirante tu me apresentaste).

Marcos Vinícius Leonel disse...

Valeu, poeta, esse cara é fantástico,transborda poesia em sua atormentação.

abraços