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Crato, Ceará, Brazil
Um buscador, nem sempre perdendo, nem sempre ganhando, mas aprendendo sempre

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A eternidade de um segundo

Arrastem o corpo de Ramiro
Por todas as ruas estreitas
Em torno do mercado central
Risquem sem piedade com
O sangue fresco toda a largura
De toda avenida perimetral

Cortem os sinais vermelhos
E com o zoom de nano celulares
Registrem amadoristicamente
Restos de carne de músculos
E de gordura presos ao asfalto e
Postem os arquivos na rede

Sem nenhuma trapaça deixem
Que ele vire carcaça exposta
Pendurada no próprio mau cheiro
Bem em frente às oportunidades
Do maior Atacadão de um real
Que fica vizinho à moderna lotérica

Mas não esqueçam nunca de
Rejeitar com toda a veemência
A mais remota possibilidade da
Décima terceira Alice também ter
Sido maravilhada ao ser bolinada em
Sua volumosa vulva de breve idade

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

193 minutos depois

Dos danos da alma
E da efusão dos afazeres
Filomena tem a precisão
Recenseada de uma bomba
De gasolina eletrônica fincada
Além dos vapores submersos

Abismada em cismas de
Recombinações sentimentais
Ela deriva o delírio de rever
Averiguações teóricas sobre
A tese dos simulacros do
Francês Jean Baudrillard

Desconhece e desconhece
Caminha sozinha sobre o
Concreto escovado da calçada
Entra na loja de necessidades
Aberta vinte e quatro horas
O caixa baba o sono imperfeito

Ela sempre compra
Absorventes com abas após
Se masturbar menstruada
Na penumbra de velórios
Até ser enxotada por Deus
Pela madrugada a fora