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segunda-feira, 2 de junho de 2008






ESSE NÃO FICA VELHO NUNCA


Esse é um dos discos mais malhados de toda a história do chamado rock progressivo. Too old to rock’n’roll too young to die, do Jethro Tull, na realidade não é progressivo e nunca mereceu crítica negativa nenhuma. Depois de A passion play, dentro dos padrões do rock progressivo, também malhado intensamente pela crítica, o Jethro lançou esse diferente álbum de rock.

Os críticos de plantão acharam o título autobiográfico, afirmando que a banda deveria realmente pendurar as chuteiras. Realmente os arranjos desse disco estão num nível muito elevado para os padrões de conhecimento musical da imprensa especializada em rock. O disco tem uma orquestração toda especial de David Palmer, que sublinha toda a história de Ray Lomas, personagem criado por Ian Anderson, para essa história de um velho rockeiro fora de moda.

O disco inteiro é cheio de melodias inspiradas e harmonias que fogem do padrão três notinhas do rock básico, que também funcionam, mas que em momentos são cansativas demais. De fato, quando a coisa aparece mais sofisticada a tendência é afugentar os desprezíveis críticos, escravos do mercado. O amarelo, aquele da historinha, como é mais conhecido pelos fãs, merece muito mais respeito do que tem recebido até agora.

A guitarra de Martin Barre está compenetrada neste disco. Riffs poderosos, timbres limpos e carregados de phase, marcam todos os arranjos. São várias faixas inesquecíveis. Da mesma forma que a crítica baixa o pau, Ian Anderson faz a mesma coisa na crítica através das letras desse disco. Versos corrosivos e poesia pura. Existe um quê de nostalgia nesse disco. As baladas são impagáveis. Big Diper é um dos rocks mais geniais de todos os tempos.

A gravação de Too old to rock’n’roll too youg to die é peculiar. É um verdadeiro exemplo de como as coisas funcionam analogicamente. Aquele reverb bem comportado na voz de Ian Anderson é impagável. Essa é uma sonoridade!! Esse disco é obrigatório pra qualquer um que queira se meter a produzir um disco de rock. Não pelo fato de ser um disco conceitual, mas pelo todo da obra e pela estética geral do disco, esse deve ser ouvido na íntegra. Uma experiência e tanto ouvir esse disco, justamente agora, em que tudo parede fadado à imbecilização do rock alternativo.

8 comentários:

Rodolpho disse...

Agora fiquei na vontade enorme de conhecer esse álbum do Jethro!
Conheço apenas os originais que tenho aqui em casa, "This was", "Aqualung" e "Minstrel in the Gallery", este adquiri há apenas três dias, estou achando um trabalho maduro, com arranjos mais sofisticados que o próprio "Aqualung", sempre tido como a obra-prima pela maioria dos fãs!
O certo seria dizer, talvez, que dos jethros é o que me acho mais, me encontro mais.

Marcos, conheces a Editio Princeps?
Gravadora de avant-garde nacional, com sede no RJ. Vem lançando trabalhos no naipe de Grupo Um, Divina Increnca, Nenê, Lelo Nazário, Pé ante Pé, Sérgio Dias (um lado jazz dele), ...

Conheci há um ano mais ou menos, sei que tou fazendo o esforço de conseguir o catálogo todo e ficou mais fácil por ter um amigo em comum com o dono do selo, pena já ter três números esgotado...

Qualquer coisa aí vai o endereço eletrônico do selo:

http://editioprinceps.com/index.htm

Tou tentando baixar via internet,
sua discografia básica postada no blog, embora já tenha alguns.
Tens todos esses discos em vinil?

Abraços Marcos!

Rodolpho disse...

Na verdade, DISCOS ESSENCIAIS PARA UMA VIDA NORMAL, é melhor, definitivamente, que discos básicos como escrevi :D

Demorou, mas comecei a entender o Sr.Peter Hammill e foi com o Pawn Hearts mesmo!

Marcos Vinícius Leonel disse...

Cara, beleza as suas descobertas. O Too old..., é aquele tipo de disco que você escuta a primeira vez e não descobre nada, acha tudo normal, mas aí é que está a onda. Esse disco eu acho mais maduro do que o Agualung. O Minstrel é uma pauleira e tanto, com aquela mistura do folk, rock, rock progressivo e blues. Já o Too old... é mais de arranjos sutis, de referências, intertextualidades musicais, como por exemplo, atmosferas dos anos 50 e 60, timbres excepcionais.

Conheço sim, tenho alguns discos, como o do Grupo Um e um do Lelo Nazário. Pena que as edições são muito pequenas. Ouvi dizer que eles estão preparando relançamentos. Sim, também tenho o do Sergio Dias, um ao vivo, um show em um bar do Rio de Janeiro, com aquele David Lieb, no sax. Não conhecia seu site, valeu a dica.

Cara, você precisa conhecer o trabalho solo de Peter Hamill, é uma viagem do caramba. Agora Pawn Hearts é uma obra prima.

O que é tu acha da primeira fase do King Crinsom, com aquelas orquestrações acústicas?

Cara tu tem blog?

vlw, um abração

Marcos Vinícius Leonel disse...

Cara esqueci de falar:
não tenho mais nenhum vinil.
Não acreditei na possibilidade da manutenção do sistema de reprodução, como agulhas, etc.

vlw

Rodolpho disse...

Perguntei se tinhas em vinil,pois conheço gente que comprou LP contigo, numa loja sua em juazeiro
e foi coisa boa :D

É, realmente dizem que o primeiro
do grupo Um o selo irá relançar,
mas sem data, até agora, prevista.
O show do Sérgio foi no Jazzmania
o nome do cara do sax é Paul Lieb,
mas não conheço outro trabalho dele.
O próximo lançamento da Editio vai ser de um saxofonista brasileiro
super renomado nos EUA, o cara trabalha com pessoas da nobreza do Free Jazz, Ivo Peralman, o nome é assim salvo engano. Vai ser tipo aqueles lances do Miles Davis de lançar as sessões completas de um determinado álbum e nesse projeto ele é acompanhado da galera do Grupo Um e o selo só vai lançar 500 cópias, de lascar... por isso a expectativa é de esgotar rapidamente!

Eu não tenho blog, mas vez em quando posto algumas idéias absurdas num blog de um amigo :D Estamos com um zine, que já vai pro segundo número, chama-se "Planferte: Demônios e literatura".Tia Aparecida tem o primeiro número!

Um amigo tem até um livro do Hammill, mas em inglês, tem até partituras e tal, ainda vou sacar melhor, com certeza :D

Sobre o Crimson, já escutei várias coisas de momentos filosóficos diversos do Frip, mas geralmente em casa de amigos ou num bar com o teor de álcool um pouco elevado :D
Mas pra dizer a verdade conhecer a fundo, nuance por nuance, só o "In the wake os poseidon" que tenho em casa e dizem ser a sobra do primeiro, que infelismente nunca ouvi, e a galera nunca leva, pois já é obrigação ter escutado, aí fica mais nas sessões de estúdio e improvisação do Frip :D

Abração...

Há uns dois anos vi todos os CDs de uma banda gaúcha chamada Almôndegas dos irmãos Kleiton e Kledir, rapaz não conhecia e passou, todos por dez reais, agora tou na peleja, tem hora que o regionalismo gaúcho tira um certo tesão no gosto de ouvir a banda, mas as composições são bem legais, tou gostando e tomara que eu ache um dia e baratinho :D

Marcos Vinícius Leonel disse...

valeu cara

Vai aí uma crítica do Exposure, em sua homenagem. Valeu Cara.

Tomara que saiam logo esses lançamentos, pois praticamente não tem nada de novo no mercado. Eu conheço esse trabalho free, é muito louco.

O lmondegas era uma banda muito legal, como aquelas daquela época, tem umas bem obscuras, como Odair Cabeça de Poeta e Grupo Capote, uma verdadeira onda. E outras mais progressivas como Terreno Baldio.

Como faço para ter os números do Fanzine? Tem versão eletrônica?

Coloca esse pessoal pra gente trocar uma idéia no blog.

Vlw

Rodolpho disse...

Não conheço esse trabalho solo do Fripp, mas sábado irei resolver isso!

Valeu Marcos :D
Pra falar a verdade nunca entendi porque as pessoas falam tão pouco sobre música... mas quando não se tem nem o que comer, fica difícil qualquer outra possiblidade e dinheiro também não compra bom gosto!

O Odair consegui um dele já fazem bons anos "Rebuliço" que conta com a Clementina de Jesus numa faixa e o Capote na cozinha... conheci ele acho que porque faz participação no "Estudando o Samba" do Tom Zé. Um dos maiores crimes no Brasil é não relançar o Terreno Baldio, principalmente o "Lendas brasileiras", que disco é esse camarada? :D

Vou mandar o link de teu blog pra turma aqui, com certeza irão participar :D

Quanto o nosso zine, vamos fazer o seguinte, ou eu peço pro marido de tia Aparecida deixar contigo, os dois números, porque um ela já tem e como o outro sai do forno agora, vou mandar pra ela, ou posso enviar via correios pra tua casa, ok?

Já era pra ter respondido aqui :D
Agora vou ler a Gal...

Abraços Marcos :D

Emerson Monteiro disse...

Belo trabalho, Marcos.
Abraço amigo.