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domingo, 28 de dezembro de 2008

O daguerreótipo

Para Valquíria foi fundado
O imediato monumento movediço
Entre o nascer e o pôr do sol
A narcose da história provisória
Construía e desconstruía em devoção
Laços de lascívias civilizadas
Em uma linha de produção impecável
Com referentes empacotados em pactos
E signos enlatados em latências
Com prazo de validade estável

Ela não quis e preferiu um
Canteiro de obras que imanava
Corredores e intumescia o derredor
E fazia chover gasolina em um pasto deposto
Nas retinas opostas das vacas canonizadas
Vapores moviam motores em
Diacronia e sincronia placentária
Ela contemplava esse novo atavismo
E ofertava os resíduos para sua prole
Em um templo erguido na sala de estar

Ela não quis e preferiu combater
A solidão com a solene transição
Dos metais preciosos para o cartão de crédito
Com a degradação dos degraus a
Linguagem tornou-se autônoma e surgiu
A necessidade de venda para os olhos
Para um sono tranqüilo surgiu antagônica
A necessidade remarcada do escuro
Tudo precisa ficar imóvel entre a
Mobília e a paisagem imobiliária


Poema dedicado a Dihelson Mendonça
Um conhecedor transcendental da
linguagem secreta da música

2 comentários:

Domingos Barroso disse...

Meu camarada e irmão,
pelo teu silêncio creio que não leste o poema dedicado a ti
- em 04 de dezembro, com o título "Marcos Vinicius Leonel" - Então com tua permissão, ei-lo:

Marcos Vinicius Leonel

Uma alma sagaz
e plena de estranhamentos
ao sair do quarto -
mesmo com a luz apagada
permanece uma parte.

A fogueira não arde o suficiente.
As cinzas jogadas ao vento retornam.
Nas faces o frescor da genialidade.
Na jugular o leve batimento cardíaco.

Uma alma sossegadona
e plena de estranhamentos
ao pousar os carnívoros olhos sobre a escrita -
mesmo aos devaneios da clarividência
um inquiridor apetite persiste.

As inquisições não torraram todos os tendões.
O bruxo refez seus calcanhares
agora com asas de pégaso.

Uma alma inteligente
e plena de estranhamentos
enquanto corrige provas -
mesmo com os miolos ardendo
sorri fácil
e de soslaio.

Meu camarada e irmão,
que 2009 a Poesia não largue
dos seus dedos, mente e alma.

Abraços,
Domingos Barroso

Marcos Vinícius Leonel disse...

Cara, que beleza vc por aqui, feliz ano novo e tudo o mais.

Realmente eu passei batido, não vi o poema, que me deixa muito lisonjeado. Como, sempre uma grande poesia de um grande poeta.

Já dei uma espiada em seu blog, que ficou muito massa, vou postar alguns comentários.

abraços, irmão, tudo de bom.