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Um buscador, nem sempre perdendo, nem sempre ganhando, mas aprendendo sempre

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Alguns segundos antes

Agora o que possuo
É esse dia trinta e três
Olho com meus dedos
Essa antinomia falida
Sinto o cheiro corcunda
Do cafezinho que foi
Servido a toda a escória
Aquela mesma que tem
Roubado a minha alma

Meus apelos já não são
Mais sinceros como antes
A padaria em que eu
Hipotequei minhas vísceras
Virou um estacionamento
Olho para minhas pernas
Ainda trêmulas e sinto
Que Maiakovski nunca
Foi um canalha como eu

Agora o que possuo
É da corja da esquina
Também pudera a corja
Toda me pertence inteira
Estão lá perambulando meus
Desejos embalsamados
E meu prazer infinito de
Ser chicoteado até o sangue
Pela balconista zarolha

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