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Um buscador, nem sempre perdendo, nem sempre ganhando, mas aprendendo sempre

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Cinco e vinte

Os ônibus cobram
O ônus do ar com seus
Ânus de metal mundano
Recobrem com
Camadas sombrias
O ferro oxidado
Por asilos azedados
Onde as lágrimas
De Matilde respingam
Em esgrimas furtivas

A rua é imberbe
Nela nada cresce
Em forma de perdão
O trânsito trafica
Em segredo o sol
Apagado da solidão
Em um silêncio postergado
O velho portão perdeu
O domínio total
Das suas fronteiras

Matilde apenas olha
Fabrica soluços
E embala em lenços
Que transportam
Para sua alma o lixo
Cuidadosamente estocado
Em seus aposentos
Ela chora a ausência
Da sodomia do seu cão
Atropelado recentemente

5 comentários:

Domingos Barroso disse...

Meu camarada e irmão,
os objetos têm alma.
Sobretudo virulências.

Um poema para não marcar tempo.
Mas para se consumir.

Um forte abraço.

Maurício Tavares disse...

marcos tenho afinidade com teu gosto musical mais eclético. uma vez fiz um comentário a um comentário teu no cariricult e depois fiquei com medo de parecer pedante . eu omiti, quando fiz referência a um livro que vc citou que agora não lembro, uma piada com o, livro de bayard "Como falar de livros que nunca lemos". Eu não lembrava mais do que se tratava o livro que tinha lido há algum tempo (como a maioria dos livros que lemos). ficou parecendo que eu estava apenas dropping names (um jogo "intelectual" que tento evitar. de qualquer forma te escrevo porque acho seus textos interessantes não gostaria de ter te passado uma impressão negativa. como as pessoas geralmente não entendem ironia nos comentários sempre que falei que era boçal, chato estava apenas pedindo desculpas por gostar de ler e de gostar de ver posts bem escritos. um abraço.

Marcos Vinícius Leonel disse...

Diga aí poeta,
grande abraço meu irmão.

Pois é, cara, esse novo trabalho, sem título ainda e que estou compondo aos poucos, tem incomodado muita gente e colhido nenhum comentário no Cariricult, o que de fato não me importa, mas é de lá que tenho recebido alguns disparates, recebi dois e-mails - acho que com endereços criados só para isso - comentando que o blog fica bem mais arejado sem as minhas postagens, que agridem a religiãos e os bons costumes (kkkkkkkkkkkkkkk).

Fico muito grato pelo seu comentário, que é sincero e é de quem tem talento, não é à toa que eu devaneio com sua baratas, formigas, banheiros e paredes insolentes.

abraços

Marcos Vinícius Leonel disse...

Diga aí, Maurício, beleza, cara!?

Você nunca me passou nenhuma impressão negativa, muito pelo contrário, fiquei muito animado, diversas vezes, com suas postagens e comentários, tanto sobre minhas postagens como sobre outras. Cara, eu não compartilho em nada com um certo aspecto hipócrita do Cariricult, aquelas bajulações sobre postagens medíocres, de poetas medíocres e intelectuais de balcão de bodega, que de vez em enquando infestam o blog, me dão nojo.

É sempre um prazer a sua presença aqui no blog

Um abraço

Maurício Tavares disse...

legal, Marcos. aquele clima de babação de ovo e de textos medíocres também sempre me incomodou muito. abraço.