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sábado, 20 de fevereiro de 2010

O atirador de facas

Mesmo assim assim
existe uma velha vaca
espreitando o destino
o passado nega a eletricidade
necessária para ela ruminar
as palavras solidão amor e tangência

As coisas acontecem
para que os jornais possam mentir
o verdureiro diz que os seus alfaces
podem estar contaminados
essa é a sinceridade que
uma salada crua precisa para existir

Mesmo assim
ainda existe um novo destino
espreitando uma vaca nova
o futuro nega a cumplicidade
necessária para ele abandonar
a tragédia que existe em si

Já o atirador de facas
encara destemido o seu desafio
o público suspira um momento e
logo se entrega ao delírio de ver
a culpa nua montada em um
pônei geneticamente modificado

2 comentários:

Domingos Barroso disse...

Meu camarada,
além de ler sua poesia
(amálgama entre o introspecto
e o expansivo, digo isso relendo
versos imagens herméticas e curiosas, ao mesmo tempo, um quadro universal e transparente),

mas na verdade, também cá estou para lhe dizer: Quem me ensinou a riscar o óbvio e permitir à Poesia o próprio espanto foste tu, meu camarada, quando ainda mancebo e incauto publicava eu meus versinhos em livretos.

Um forte abraço, meu camarada.

Marcos Vinícius Leonel disse...

Meu caro Domingos, desculpe a minha intensa ausência, estou com outyras ocupações de trabalho.

Fico muito grato pelos seus comentários e neles encontro mais energia.

Aqueles eram tempos de pura ousadia, em que éramos usados por ela, hoje nós é que a usamos.

Um grande abraço, poeta.